Há 25 anos eu iniciava uma jornada, e que jornada! Em cada esquina uma nova descoberta: pessoas, lugares, sabores, sensações e emoções que nem o melhor poeta poderia descrever com exatidão.
Por diversas vezes eu guardei minha dor no bolso e fui, prometendo a mim mesma que faria o meu melhor. Hoje eu percebo que essas decisões me trouxeram exatamente no ponto onde eu estou hoje, e apesar de muito grata e feliz, quem sou eu para dizer que fazendo assim e assado não seria melhor, eu com minha visão limitada restrita a apenas um caminho, que foi esse mesmo que escolhi. Quem sou eu para dizer que quem sabe na esquina do amor lá do começo do meu ensino médio, eu não errei quando optei por parar por ali por não amar tanto assim, quem sabe se na insistência, eu não tivesse descoberto que é possível aprender a amar com a convivência.
Falar que foi fácil eu não posso, mas esses passos curtos e longos que dei me ensinaram que é possível ser bom e justo, que é possível se amar e se odiar tantas vezes quanto é possível mudar de cor preferida, e que menos é mais e que acima de tudo, as pessoas que passam pelas nossas vidas nem sempre são as que ficam.
Nunca fui de dizer “eu te amo”. Nem pra família, nem pra amigos, nem pra namorado, nunca fui de abrir a boca e demonstrar sentimento, apesar de gostar de dar e receber muito carinho. Mas hoje eu posso dizer tranquila que amo cada um de vocês... Cada um com sua particularidade, com sua diferença. Cada um que ainda mexe comigo, que me ensina a me amar quando me ignora, que me ensina a controlar quando me faz raiva e que me ensina a insistir quando vale a pena.
Todos os dias, direta ou indiretamente, eu recebo pelo menos uma mensagem de agradecimento, mas talvez vocês nem imaginam que quem deve agradecer sou eu. Agradecer pelas alegrias, pelas lágrimas, pelas raivas, pelas conversas, pelos passeios, ou seja, por cada um dos momentos que passamos juntos, por cada uma das histórias que agora compartilhamos.
Para alguns de vocês eu já dei tchau, mas sabe eu ou você o que os caminhos da vida nos reserva, quem sabe em qual esquina podemos ainda nos encontrar, por que eu sei que muitos desses nossos casos de amor ainda não acabou não viu. Me aguarde que eu volto, e se eu não voltar, foi bom ter te conhecido.