Hoje eu me peguei novamente chorando pela minha mãezinha,
coisa que estou insistentemente tentando não fazer. O discurso de #minhamãemefezforte
tá deixando de colar e a cada dia sinto mais falta de te chamar de “mainha”.
No último dia 09 fez três meses que o destino me obrigou a
me despedir de você, te toquei pela ultima vez, falei contigo pela última vez e
sinceramente não sei o que teria mudado se soubesse que aquelas eram as nossas
ultimas palavras.
Talvez eu dissesse “eu te amo”, talvez eu dissesse “desculpa”,
talvez eu dissesse “me perdoa”, ou talvez eu não dissesse nada por que é
justamente as coisas que fazíamos juntas, que nos era tão particular, que
eternizou cada segundo “nosso”.
Fazer as coisas que antes era você quem fazia, minha
mãezinha, me dói mais que tudo, falar coisas e imaginar o que você responderia
ou ouvir algo e saber exatamente o que você falaria só me mostra mais uma vez
que nunca mais poderei ouvir tua voz, e isso machuca.
Não te ver mais na porta me esperando, não poder sair
contigo pra conhecer a cidade, não te ouvir mais cuidar dos nossos bichinhos,
das nossas plantinhas, nem sequer te ouvir mais brigando comigo por coisas que
a senhora sabia que jamais mudariam, mas como mãe, era seu dever me questionar.
Só depois que você se foi, mainha, é que vim entender o
significado da palavra cuidado e como cada detalhe faz a diferença na nossa
vida. Cada remédio que você me deu, cada abraço apertado, cada bronca preparada
especificamente pra mim e que ajudaram ao longo dos anos a construir o caráter
dessa sua filha turrona e corajosa que nem você.
Só depois que você foi embora é quem vim entender o
significado da palavra saudade, tão menosprezada por aqueles que temem visitar
um amor distante ou um amigo ausente. Saudade na verdade é saudade doída,
daquelas que não tem cura.
Saudade mainha, de te ouvir cantar as músicas que eu tanto
adorava e que agora só me trazem tristeza, saudades mais ainda de deitar no teu
colo e te ouvir contar mil histórias enquanto me diz que sou uma menina de sorte.
E eu sou mesmo mainha, uma menina de sorte por ter tido a melhor mãe do mundo,
e mesmo que hoje essa dor da tua ausência me torture como mil facas, eu ainda
sou mais sortuda que um milhão que nunca conheceram a mãe, mais um milhão que
nunca valorizaram a que tem e mais ainda um milhão que não chegaram a te
conhecer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente à vontade!