Uma das coisas que impactou significativamente minha vida em
2017 foi criar o hábito de reclamar menos. Eu era o tipo de pessoa ranzinza que
se você sentasse do meu lado, ouviria umas 15 reclamações diferentes. Não eram
reclamações sem fundamento, muito pelo contrário, na maioria das vezes eu
trazia questões tão sérias para as minhas reclamações que a pessoa acabava concordando
comigo e propagando minhas opiniões. Com o tempo eu percebi que as pessoas começavam
a vir até mim pra reclamar também, trazendo uma energia muito negativa à minha
vida, o que me deixava extremamente sobrecarregada.
Foi aí que estabeleci como atividade diária, parar de reclamar
e de incentivar a reclamação alheia.
Era uma atividade simples, mas extremamente difícil. Você já
percebeu a quantidade de vezes que você reclama em um dia? Ou a quantidade de
vezes que você se reúne com outras pessoas pra reclamar de algo? Já percebeu que
é mais fácil você engatar uma conversa na fila de um banco quando tá todo mundo
chateado pela demora no atendimento e você solta aquele “essa fila não anda não?”
do que quando você comenta com alguém em um supermercado “esse produto é ótimo”?
Reclamar de certa forma une as pessoas, mas pra mim, não valia a pena a bagagem
que isso trazia pra minha vida.
Essa percepção e tentativa de mudança aconteceram em meados
de Julho, o que era bastante difícil pela sobrecarga no trabalho e o estresse
pessoal que eu estava tendo, mas eu decidi que quando alguém me apresentasse um
problema ou uma insatisfação, eu tentaria ver o lado positivo e se isso não
fosse possível, iria balançar a cabeça pra trazer uma sensação de empatia ao
meu ouvinte e diria que isso iria dar certo ao final. Na duvida, eu ficava
calada. E quando eu sentisse vontade de reclamar de algo, eu tentaria fazer alguma
coisa que me tirasse desse foco. As esperas no banco ficaram mais fáceis com um
livro do lado, os problemas no trabalho ganhavam novo direcionamento quando
divididos com a equipe em uma reunião de brainstorm na tentativa de encontrarmos
uma solução em comum e não só reclamar do que estava acontecendo.
Não posso negar que vez ou outra ainda me pego dando
respiradas profundas em situações que me desagradam, mas lidar com isso tem
sido cada vez mais fácil. Essa resolução de 2017 me ajudou muito a perceber
coisas simples do cotidiano que normalmente passam despercebidos. Te convido a
fazer essa atividade comigo. Quem sabe em 2018 você deixa de ser aquele
reclamão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente à vontade!