quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

A difícil arte de não reclamar

Uma das coisas que impactou significativamente minha vida em 2017 foi criar o hábito de reclamar menos. Eu era o tipo de pessoa ranzinza que se você sentasse do meu lado, ouviria umas 15 reclamações diferentes. Não eram reclamações sem fundamento, muito pelo contrário, na maioria das vezes eu trazia questões tão sérias para as minhas reclamações que a pessoa acabava concordando comigo e propagando minhas opiniões. Com o tempo eu percebi que as pessoas começavam a vir até mim pra reclamar também, trazendo uma energia muito negativa à minha vida, o que me deixava extremamente sobrecarregada.

Foi aí que estabeleci como atividade diária, parar de reclamar e de incentivar a reclamação alheia.
Era uma atividade simples, mas extremamente difícil. Você já percebeu a quantidade de vezes que você reclama em um dia? Ou a quantidade de vezes que você se reúne com outras pessoas pra reclamar de algo? Já percebeu que é mais fácil você engatar uma conversa na fila de um banco quando tá todo mundo chateado pela demora no atendimento e você solta aquele “essa fila não anda não?” do que quando você comenta com alguém em um supermercado “esse produto é ótimo”? Reclamar de certa forma une as pessoas, mas pra mim, não valia a pena a bagagem que isso trazia pra minha vida.



Essa percepção e tentativa de mudança aconteceram em meados de Julho, o que era bastante difícil pela sobrecarga no trabalho e o estresse pessoal que eu estava tendo, mas eu decidi que quando alguém me apresentasse um problema ou uma insatisfação, eu tentaria ver o lado positivo e se isso não fosse possível, iria balançar a cabeça pra trazer uma sensação de empatia ao meu ouvinte e diria que isso iria dar certo ao final. Na duvida, eu ficava calada. E quando eu sentisse vontade de reclamar de algo, eu tentaria fazer alguma coisa que me tirasse desse foco. As esperas no banco ficaram mais fáceis com um livro do lado, os problemas no trabalho ganhavam novo direcionamento quando divididos com a equipe em uma reunião de brainstorm na tentativa de encontrarmos uma solução em comum e não só reclamar do que estava acontecendo.


Não posso negar que vez ou outra ainda me pego dando respiradas profundas em situações que me desagradam, mas lidar com isso tem sido cada vez mais fácil. Essa resolução de 2017 me ajudou muito a perceber coisas simples do cotidiano que normalmente passam despercebidos. Te convido a fazer essa atividade comigo. Quem sabe em 2018 você deixa de ser aquele reclamão.

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