O convidado da vez do "Um Favo de Garota" é o meu amigo Israel de Oliveira.
Israel tem 25 anos, nasceu aqui em Juazeiro do Norte, mas morou boa parte da sua infância em Guarulhos- SP. Veio pra cá e diz que "Juazeiro mostrou-se um lugar muito mais acolhedor, além de melhor de se viver em muitos aspectos." Israel estuda Design de Produto na UFCA e gosta de organizar eventos de cultura pop na região.
Papo com Israel:
Por que escolheu seu curso?
Design era algo legal pra mim. Não deixava de
ser arte e tem seu lado utilitário. Cheguei a tentar Letras. Também cursei
Artes Visuais na URCA por um bom tempo. Acabou que as Artes não foram bem
aquilo que eu procurava pra mim. Entrei lá querendo fazer quadrinhos e tinha
muitos amigos que tinham essa mesma vontade. Mas, com o passar do tempo, esse
pessoal foi se encontrando dentro do curso, enquanto eu preservei esse mesmo
sonho. Acabei desmotivando e arregando do curso. Meu negócio é só HQ, mesmo.
Mas Artes Visuais me foi muito útil, claro. Muitos conceitos que aprendi lá
dentro eu adoto até hoje. Caso não consiga mais seguir carreira nos quadrinhos
e na ilustração, será no design, mesmo!
De
onde surgiu a paixão por arte?
Eu era
uma criança da década de 1990 e, como muitos, fui criado na frente da TV e dos
vídeo games. Minha principal influência a iniciar nos desenhos foi Cavaleiros
do Zodíaco (que passava na finada Rede Manchete). A história é um pouco
curiosa, porque eu era um guri gordinho e os outros moleques não queriam
brincar comigo. Quando descobriram que eu desenhava (nessa época eu tinha uns 6
anos) mudaram o tratamento comigo da água pro vinho (risos).
Você
vive da sua arte?
Ainda não. Trabalho
com free lances na área de design e, quando aparece, faço algumas encomendas de
ilustração, mas nada grande, ainda. Atualmente tenho feito trabalhos mais
regulares com a Editora Jambô, onde ando ilustrando o cenário de RPG de Brigada
Ligeira Estelar, para 3D&T e estamos com muitas expectativas pra esse
projeto!
O
que acha que falta nos artistas locais?
Acredito
que muitas coisas. Dentre elas, falta os artistas se mostrarem mais, e não se
mostrarem somente aos amigos. A arte é composta por um tripé: Arte, artista e
público. Sem um desses, não existe arte. Um artista é uma pessoa pública e o
público DEVE conhecer o seu trabalho. Outro ponto é o incentivo a esses
artistas. E em todas as linguagens, desde as artes visuais, passando pelo
teatro, música, quadrinhos... O público deve conhecer, prestigiar e incentivar
o artista local!
Planos
pro futuro?
Muitos! Desde alguns
projetos que estão em andamento (mas que não posso falar agora), até alguns
mais audaciosos a longo prazo (risos). Posso dizer que planejo algo relevante
para o cenário e estou bem esperançoso com o que tenho aqui. E, claro, ainda
planejo ter uma obra minha adaptada em Hollywood, por que não (risos)?
O primeiro trabalho profissional do moço é "Laila", para a campanha "Sou Travesti, tenho direito de ser quem eu sou!", encomendado pela GALOSC(Grupo de Apoio à Livre Orientação Sexual do Cariri).
Jefferson Lima Pontes (arte final e desenhos); João Eudes Ribeiro Machado Filho (cenários); Tony Paixão (roteiro, cores e tratamento digital); Fábio Tavares (assistente), Anderson Cruz (assistente); Israel de Oliveira (desenhos, storyboard e tratamento digital) e Concepção de Fábio Rodrigues (professor e diretor do Centro de Artes da URCA -- Universidade Regional do Cariri).
Pra quem conhecer a história de Laila é só clicar aqui!
"Nuvens de Verão", com roteiro de Charles Lindberg.
Outro trabalho incrível é esse retrato da Sedição de Juazeiro.
Nanquim e colorização digital
Incrível né?
Já essas duas, são fanarts feitos digitalmente no Manga Studio 5.
Powergirl <3
E aí galera? Gostaram do trabalho do moço?