segunda-feira, 30 de junho de 2014

Quem é Israel de Oliveira?

Há um tempo atrás, fiz um post desse aqui no blog falando do talentosíssimo Philipe Thayslon. Como eu vi que o pessoal gostou do estilo, resolvi fazer um novo post, mas agora pra falar de outra pessoa incrivelmente talentosa.


O convidado da vez do "Um Favo de Garota" é o meu amigo Israel de Oliveira. 




Israel tem 25 anos, nasceu aqui em Juazeiro do Norte, mas morou boa parte da sua infância em Guarulhos- SP. Veio pra cá e diz que "Juazeiro mostrou-se um lugar muito mais acolhedor, além de melhor de se viver em muitos aspectos.Israel estuda Design de Produto na UFCA e gosta de organizar eventos de cultura pop na região.

Papo com Israel:

Por que escolheu seu curso? 
Design era algo legal pra mim. Não deixava de ser arte e tem seu lado utilitário. Cheguei a tentar Letras. Também cursei Artes Visuais na URCA por um bom tempo. Acabou que as Artes não foram bem aquilo que eu procurava pra mim. Entrei lá querendo fazer quadrinhos e tinha muitos amigos que tinham essa mesma vontade. Mas, com o passar do tempo, esse pessoal foi se encontrando dentro do curso, enquanto eu preservei esse mesmo sonho. Acabei desmotivando e arregando do curso. Meu negócio é só HQ, mesmo. Mas Artes Visuais me foi muito útil, claro. Muitos conceitos que aprendi lá dentro eu adoto até hoje. Caso não consiga mais seguir carreira nos quadrinhos e na ilustração, será no design, mesmo!


De onde surgiu a paixão por arte? 
Eu era uma criança da década de 1990 e, como muitos, fui criado na frente da TV e dos vídeo games. Minha principal influência a iniciar nos desenhos foi Cavaleiros do Zodíaco (que passava na finada Rede Manchete). A história é um pouco curiosa, porque eu era um guri gordinho e os outros moleques não queriam brincar comigo. Quando descobriram que eu desenhava (nessa época eu tinha uns 6 anos) mudaram o tratamento comigo da água pro vinho (risos).

Você vive da sua arte? 
Ainda não. Trabalho com free lances na área de design e, quando aparece, faço algumas encomendas de ilustração, mas nada grande, ainda. Atualmente tenho feito trabalhos mais regulares com a Editora Jambô, onde ando ilustrando o cenário de RPG de Brigada Ligeira Estelar, para 3D&T e estamos com muitas expectativas pra esse projeto!

O que acha que falta nos artistas locais? 
Acredito que muitas coisas. Dentre elas, falta os artistas se mostrarem mais, e não se mostrarem somente aos amigos. A arte é composta por um tripé: Arte, artista e público. Sem um desses, não existe arte. Um artista é uma pessoa pública e o público DEVE conhecer o seu trabalho. Outro ponto é o incentivo a esses artistas. E em todas as linguagens, desde as artes visuais, passando pelo teatro, música, quadrinhos... O público deve conhecer, prestigiar e incentivar o artista local!


Planos pro futuro? 
Muitos! Desde alguns projetos que estão em andamento (mas que não posso falar agora), até alguns mais audaciosos a longo prazo (risos). Posso dizer que planejo algo relevante para o cenário e estou bem esperançoso com o que tenho aqui. E, claro, ainda planejo ter uma obra minha adaptada em Hollywood, por que não (risos)? 


O primeiro trabalho profissional do moço é "Laila", para a campanha "Sou Travesti, tenho direito de ser quem eu sou!", encomendado pela GALOSC(Grupo de Apoio à Livre Orientação Sexual do Cariri).




Jefferson Lima Pontes (arte final e desenhos); João Eudes Ribeiro Machado Filho (cenários); Tony Paixão (roteiro, cores e tratamento digital); Fábio Tavares (assistente), Anderson Cruz (assistente); Israel de Oliveira (desenhos, storyboard e tratamento digital) e Concepção de Fábio Rodrigues (professor e diretor do Centro de Artes da URCA -- Universidade Regional do Cariri).

Pra quem conhecer a história de Laila é só clicar aqui!


Ah, e com exclusividade eu trago pra vocês um trabalho incrivel feito pelo Israel que ficou no top 12 do Brazil Manga Awards. 


"Nuvens de Verão", com roteiro de Charles Lindberg.




Outro trabalho incrível é esse retrato da Sedição de Juazeiro. 


Nanquim e colorização digital


O trabalho do moço é feito todo em cima de quadrinhos. Mas quem tiver interesse pode encomendar as ilustrações incríveis que ele faz. A exemplo disso eu trago a arte que eu mais adoro. A moça do retrato é a Lyly Hélen que teve sua beleza eternizada nas mãos de Israel.

Incrível né?


Já essas duas, são fanarts feitos digitalmente no Manga Studio 5.


Powergirl <3


E aí galera? Gostaram do trabalho do moço?

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Post Aleatório: Carta

Antes de pensarem que eu fiquei boba apaixonada, essa é uma carta de 2010. 
Sim, escrita por mim. Eu sou melosa(às vezes). Me julguem!

Hoje eu tive um pesadelo terrível, acordei assustada com medo de que tudo aquilo que eu acreditava viver não fosse verdade. No meu sonho você não existia, você era apenas um sonho que nunca se realizava, apenas uma ilusão da minha cabeça que teimava em me confundir e me fazer perseguir você em cada esquina. No meu sonho eu vivia eternamente em busca de uma música que representasse a nossa trilha sonora e por mais que tentasse, eu não a encontrava.
Eu busquei nas melodias o que não possuía em carne e mesmo com tanto pra falar e dedilhar de você eu não te achava. Estava começando a ficar louca imaginando que toda a verdade que eu buscara a minha vida inteira realmente não existisse e quando finalmente eu já estava à beira do suicídio eu acordei.
Abri meus olhos e percebi que o sol já estava alto e que as nuvens haviam cessado, o medo sumira com as minhas dúvidas e um sorriso brotou no meu rosto, lembrei de quando nos conhecemos, do que já conversamos, dos carinhos e das farpas que já trocamos. Percebi que te conhecia de verdade e que não precisava mais temer.
E agora, depois de te conhecer, não tenho mais paciência para olhar para os rostos errados, nem para andar nas ruas em que você nunca está, nem para me contentar com pensamentos incompletos e nem para viver de historinhas insignificantes, não sei mais o que é ouvir palavras incertas se sei que da sua boca é que sai o que quero ouvir.
Depois de te conhecer não me sinto sozinha e nem desamparada, por que o mundo nunca pára de girar, mas quando ele diminui a velocidade me deixando tonta, é você que me segura e não me deixa cair.
Agora que sei que você existe, não me falta mais uma música especial para formar a nossa trilha sonora; e que a espera por você antes tão dura e demorada acabou. Agora que sei que você existe, basta um momento junto contigo para que a música se eternize e encha meu coração de felicidade. E tudo brilha...
Ter te conhecido não foi só um presente, foi uma cura de toda a escuridão em que eu me encontrava, ter te conhecido me abriu os olhos e me fez feliz e hoje quando acordo eu percebo que gosto de você mais do que eu deveria, mais do que eu poderia e mais do que gostaria de gostar, me sinto mal quando você está mal e fico bem se você está bem.
Fiquei viciada em seu sorriso, ele é minha droga, meu vício. E se pareço chata (e sei que sou) às vezes é porque não desejo nada mais do que o seu bem, não desejo menos do que o seu sucesso e menos do que a eterna felicidade, mas sou egoísta em dizer que preferia que isto fosse ao meu lado pra que mais uma vez eu possa ficar feliz também.
Se me preocupo quando você pensa demais nas possibilidades futuras é porque quero te alertar que a história está sendo feita agora e o que vem amanhã só nos interessará amanhã e que às vezes fechar os olhos e aproveitar o momento é tudo que precisamos, afinal, ter esperança que amanhã será um bom dia é tudo o que nos resta.
P.s: Hoje eu sei que você fazia falta antes mesmo de aparecer na minha vida, pois 'Você' é toda e qualquer pessoa, você é exatamente “aquela” pessoa... E pra você eu trago estes versos...

Somente Você
(True Colors-Cyndi Lauper)


Eu acredito nas suas palavras e nos seus olhos
E quando você fala de seus sonhos
Eu percebo que eu invejarei qualquer um a quem você dá o seu coração
E eu nunca vou deixar você... desvanecer
E eu quero que você saiba que eu te amo
Por tudo que você é e tudo que você vai ser




Eu Faço Uma Pequena Prece Para Você
I Say A Little Prayer For You

No momento que acordo
Antes de colocar minha maquiagem
Eu faço uma pequena prece para você
Enquanto penteio meu cabelo agora
E enquanto fico pensando em que vestido usar
Eu faço uma pequena prece para você




 [Lucky- Sorte ]

Eu trago você comigo no meu coração
Você faz tudo ser mais fácil quando a vida fica difícil

E embora a brisa através das árvores
Seja tão bonita, você é tudo que vejo.




Gostaram da minha carta?

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Mamãe quero ser erscritora

Quando eu era criança e estava triste eu pegava meu caderninho e escrevia. Quando eu era adolescente eu pegava meu diário e escrevia. Quando eu cresci eu abdiquei do meu maior prazer, justificando a ausência dele pela falta de tempo que a faculdade me proporcionava.

As vezes eu penso que fiquei burra com o tempo.


Escrever sempre foi uma paixão. Sempre me imaginei como uma escritora famosa que vive do que eu acho mais importante: O dom de criar. Criar uma história é permitir que seu cérebro viaje pra qualquer lugar. É não se incomodar com o destino por que não existe passagem. Vivi uma curandeira, uma vidente, uma bruxa, uma deusa, vivi tantas mulheres importantes e simplesmente as abandonei. Hoje lembro pouco de cada uma delas e me arrependo profundamente de não ter guardado as histórias que tanto amei construir.

Hoje decidi voltar a escrever uma das histórias que ainda mantenho. É a que está mais adiantada, apesar de que ainda está longe de ficar pronta. De qualquer forma, para quem se interessar: o começo do meu primeiro livro.

A VIDENTE


Há dias Carolina não saia de casa, mal comia, mal dormia, passava seus dias olhando pela janela. A dor no seu peito por mais que o tempo passasse não diminuía. Já se passara dois meses e tudo ainda parecia estar desmoronando sobre sua cabeça, tantos planos feitos, tantas horas gastas imaginando sua nova vida e agora tudo parecia tão distante.

Tia Ângela tentava a todo custo animar Carolina, fazia seus quitutes preferidos, chamava-a para cozinhar na loja de doces que quando criança era seu lugar preferido. Mas agora nem isso a tirava ela do quarto. A visita dos seus amigos só piorava a situação. Ela os imaginava dançando em seu baile de casamento, todos felizes e bem vestidos, e agora, cada vez que os via, parecia que ela podia sentir em sua pele a comoção e a pena que eles sentiam.
Foram sete anos com a mesma pessoa, dividindo alegrias e tristezas. Compartilhando todo tipo de momento e emoção. Foram cinco anos de namoro, tudo estava indo perfeitamente bem, a tia aprovava o namoro, eles quase nunca brigavam e mantinham todo o carinho desde o começo, tudo estava tão bem que há dois anos ela e Mateus decidiram se casar. Resolveram fazer as coisas com calma, primeiro combinaram de comprar a casa e mobiliar pra depois investir no enxoval e só quando tudo estivesse pronto eles subiriam ao altar.

No primeiro ano Mateus comprou a casa, deu como entrada todo o dinheiro que tinha na poupança e o seu antigo carro, ficando apenas com a moto. Ele achava que a diminuição do conforto valeria a pena e só compraria um novo carro com a iminência do primeiro filho. Depois de um ano as parcelas ficaram mais suaves e ele precisava começar a reforma pra deixar a casa como sempre sonharam. Era a vez de Carolina começar a comprar os móveis, o quarto foi o primeiro, tudo como ela queria, Mateus gostava de agradá-la e deixava que ela tomasse as decisões. Logo depois veio a sala e a cozinha, o quarto do bebê só ficaria pronto quando reformassem a casa que foi projetada apenas com um quarto. O sonho do casamento estava cada vez mais perto.

Na véspera do aniversário de sete anos Carolina decidiu se consultar com um médico e identificar as possibilidades de engravidar e verificar se não seria preciso fazer tratamento, era a decisão mais sensata após 8 anos tomando anticoncepcional.

Mas a infelicidade resolveu vir perturbar o casal e para surpresa de Carolina uma doença por ela desconhecida dificultava a gravidez. O medico não deu muitas esperanças mas Carolina seguia ansiosa. Uma bateria de exames foi solicitada a fim de comprovar as suspeitas do médico, felizmente os resultados não sairiam até o aniversário de sete anos, Carolina tinha receio de que um resultado negativo estragasse a felicidade do casal. 

terça-feira, 3 de junho de 2014

Medo de Amar


Passei um tempo ouvindo minha amiga relatar o quão conturbado tinha sido seu ultimo relacionamento. O quão doloroso é gostar de alguém e o quanto aquela dor pode ainda piorar quando resolvemos tirar determinada pessoa de nossas vidas.

Enquanto ouvia, sentia vontade de bater nela. Sentia vontade de agarrar em seus ombros e dizer que aquilo tudo era besteira e que ia passar, prometi até me intrometer na história. É simplesmente insuportável ver duas pessoas que se gostam tanto abdicando da felicidade por... na verdade, por nada. Até agora ainda não entendi o que aconteceu com as duas. Sei que estar de fora, é estar de olhos abertos e talvez por isso eu possa compreender o que se passa naquele meio. Mas quem está dentro, com o coração machucado, os olhos ardidos de chorar e um orgulho que pesa mais que a saudade talvez não compreenda que a dor de saudade corrói e machuca e muito mais.


Morar em uma cidade pequena dificulta muito quando tentamos esquecer alguém. Seja pelos amigos em comum, redes sociais, barzinhos, festas, até no caminho para a faculdade, enquanto esperamos o ônibus podemos ver aquela pessoa passando em um veículo com outro destino.



Hoje, minha miga sofre do medo do abandono, do medo de amar demais(mesmo já amando), o medo de viver a vida que ela quer ao lado de quem ela ama. Medo de não amar de novo, medo de dizer que sente saudades. 


"Eu desisti Carla, não dá mais. Vou excluir ela do face."


Esse foi a ultima mensagem que minha amiga me enviou.  Ela só esqueceu de analisar: Será que é realmente tão fácil tirar uma pessoa que tanto gostamos das nossas vidas? Excluir do face, deletar o numero de telefone, parar de andar nos mesmo lugares. Será mesmo que tudo isso funciona? E as lembranças, o sentimento? E tudo aquilo que habita no peito?



Nada mais justo que uma musiquinha "melosa" pra finalizar o post.

"Perdoa se estou te ligando, amor, nesse momento mas me fazia falta escutar de novo só por um instante sua respiração. Desculpa, sei que estou quebrando o nosso juramento, sei que existe outro em seu pensamento, mas meu coração pediu pra te dizer: Que estou morrendo, morrendo por dentro. E é tanta saudade morando em meu peito"


"O amor é uma praga, destrói as vidas, cega, emudece e adoece, mas também serve pra construir, descobrir novos sentidos, achar a cura pros males da solidão. Amar é repartir com o outro um sentimento em comum. É sofrer sim, mas também é perdoar. Amar é simplesmente perceber que algumas coisas só valem a pena quando é feita a dois."

segunda-feira, 2 de junho de 2014

A liberdade que escolhi

Quando menciono que parei de beber com 16 anos as pessoas se surpreendem. Quem ouve acha que fui alcoólatra, me internei e me livrei do vício. A verdade é que aos 16 eu já tinha provado boa parte das bebidas que vendem em festas na minha cidade e simplesmente não gostei de nenhuma delas.

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Aos 13 anos eu decidi que escolheria as coisas que mais gostava e as manteria até que não gostasse mais, da mesma forma, eu me livraria de tudo que não me agradasse. Foi assim com a bebida, foi assim com o cigarro, foi assim com as festas e com a maioria das pessoas que eu chamava de "amigos". Aos 16 anos eu quase não saía de casa, passava meu tempo estudando pro vestibular ou lendo os livros que me davam prazer. Eu estava decidida a me formar antes dos 22 anos e ninguém conseguiu tirar essa ideia da minha cabeça.

Nem mesmo eu.

Nem mesmo eu, que já não gostava mais do meu curso, que não me sentia parte da minha sala de aula e que percebi que as pessoas as quais eu chamava de amigos eram de outros cursos. Passei quatro anos e meio vivendo algo que eu acreditava que era certo pra mim. Não em arrependo e nem mudaria meu passado, muito pelo contrario, foi exatamente por esta experiência que hoje vivo o maior dilema da minha vida.

Aos 22 anos eu ainda não sei  que quero, sei que sempre gira em torno de escrever e contar as pessoas o que credito que sejam indicações ou histórias interessantes, mas especificamente o que quero e principalmente como vou conseguir, ainda é uma surpresa pra mim.

Gosto de desenho animado e não consigo assistir jornal, não sou religiosa e detesto conversar com pessoas que acham que um dia eu vou "me abrir pra minha espiritualidade". Prefiro sim, passar minhas tardes jogando "imagem e ação" com os amigos do que em uma mesa de bar conversando sobre outras pessoas. É difícil manter um estilo em que você simplesmente não se importa com o que os outros pensam sobre você ou suas ações, é difícil também manter as pessoas por perto quando não se sabe o que quer. Mas o lado bom disso tudo é especialmente ter a oportunidade de fazer tudo e não se importar se os outros acham que "aquilo não valeu a pena".

Dedicar-se inteiramente a uma única coisa é abdicar da experiência de viver intensamente coisas novas. Não que eu saia muito, mas pelo menos posso dizer que a escolha de ficar em casa foi inteiramente minha.