Conheci-a em uma parada de ônibus. Era
segunda feira e eu estava esperando o coletivo pra ir ao trabalho quando me
deparo com aquela figura... Familiar. A garota branquela de cabelo preto com
jeito meio tímida encostada no poste me lembrava alguém e eu não conseguia
saber quem era.
Percebi-a se remexendo desconfortável
e aí notei que eu já olhava há algum tempo. Meu ônibus chegou sem que eu
dissesse nada, subi, sentei no banco e olhei uma última vez pra aquela menina,
percebi que ela estava chorando.
No trabalho foi tudo como sempre,
aliás, o meu trabalho é uma droga. Eu sou praticamente a bunda de uma grande
empresa. Minha função é simplesmente descartar tudo o que não serve, passo o
dia subindo e descendo 18 andares juntando tudo o que é papel que não será mais
utilizado, uma vez ou outra eu tiro umas cópias e só. Quando eu era criança,
meu sonho era ser escrito, mas aí eu cresci e nunca consegui nada disso. Hoje
eu moro num apartamento minúsculo e divido meu sushi com um gato por pura
preguiça de comprar comida pra ele. É quase como uma associação, eu peço sushi,
como o arroz e as ervas e ele o peixe. É um grande negócio.
No dia seguinte eu encontrei a menina
de novo. Achei estranho, pois ela estava com a mesma roupa do dia anterior,
vestido branco de manga com renda nas pontas. Lembrei que no dia anterior ela
estava chorando, fiquei imaginando se ela queria conversar ou algo do tipo,
fiquei pensando em como chegar até ela e puxar conversa sem que ela pensasse
que eu sou um completo louco. Pensei tanto que meu ônibus chegou e acabei não
dizendo nada. O problema era que se eu perdesse esse ônibus o próximo só
passaria daqui a uma hora e eu chegaria muito tarde no trabalho. Será que na
manhã seguinte ela ainda estaria lá?
Olá Maria, agradeço a visita e o carinho será retribuido, pode deixar!
ResponderExcluirSinta-se a vontade pra dar sua opinião!
Beijos!