quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Remova o que te faz mal antes que se espalhe



Quando eu tinha uns 19 anos, eu arranquei a cabeça do meu dedo em uma porta. Foi sem querer e  estava horrível. A porta decepou meu dedo e arrancou a unha por inteiro, o que fez a ferida parecer muito pior do que realmente era. Fui ao hospital sozinha, quando mostrei o dedo ao cara que me levou, ele tomou um susto e se apressou. O incrível é que não doía nada, e durante a sutura, eu filmei tudo.  Por mais horrível que parecesse, foi simples, o médico tirou um pedaço de outra parte e "remendou" a parte danificada.

Quando eu era criança, eu caí de cima de um caminhão de bois. Despenquei de quase dois metros em cima de uma pilha de brita e quebrei meu braço esquerdo em três lugares. Não foi tão ruim, pelo menos o caminhão estava parado, mas ainda assim o braço estava quebrado. Eu não sabia, quebrei o braço por volta das 08 da manhã e só fui descobrir no dia seguinte, doía, é claro, mas o medo da minha mãe brigar comigo era maior. No dia eu saí sem o consentimento dela pra brincar com pessoas que ela não gostava. É claro que eu passei muito tempo ouvindo o "eu avisei" e "é isso que acontece quando desobedece a sua mãe", mas naquele dia que descobri quanto eu era forte, quanto o meu corpo podia aguentar. Naquele dia eu acompanhei meu braço duplicar de tamanho e mudar de rosado-saudável pra um roxo-beringela assustador. À noite minha mãe pegou em mim e descobriu o machucado, acho que ela desconfiou que algo estava errado quando eu usei uma blusa mangas compridas nu calor de quase 40°. Isso sem falar que eu estava morrendo de dor. Passei o dia segurando o braço pra tentar diminuir a dor, mas não funcionou. No dia seguinte eu descobri 3 danos em um braço gordinho de uma criança de dez anos.

A questão é, nem todas as feridas são superficiais. A maioria delas corre mais profundamente do que a gente imagina. Às vezes não dá pra ver o machucado real e o máximo que conseguimos, é acompanhar uma mudança gradativa de algo comum para um completo desastre.
às vezes é preciso uma análise mais profunda pra identificar o que está acontecendo e como devemos tratar.

Assim com a vida, essas são as feridas que nos pegam de surpresa. Às vezes nos machucamos profundamente, um coração partido, uma problema financeiro, a perda de um ente. Quanto tiver uma 'queda', não esconda, não ignore. Cave até encontrar o mal e trate. Remova o que te faz mal antes que se espalhe.


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